15 junho 2010

(Se isto fosse um blog abichanado, os posts seriam assim)

Nem notavas, eu ficava toda a noite a tocar para ti, faria como os pianistas de casino, que nunca esperam que os aplaudam ou que lhes prestem atenção, move-os algo mais profundo que a atenção ou o aplauso, nem notavas, eu só aparecia quando o desejasses realmente, como o Gato de Cheshire, apareceria sorridente e dizia-te apenas o necessário, desapareceria logo de seguida, as escolhas são tuas, nem notavas, a sério que nem notavas.

10 comentários:

  1. HA HA HA

    Mas falta qualquer coisa a ver com "pele".

    A tua pele suave assim, a tua pele de pêssego assado.

    (isto não soou lá muito bem, mas também são 9h e eu estou a comer o pequeno almoço)

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  2. Que inspiração tomou conta de ti hoje.

    E pode não ser um blog abichanado, mas acabaste de dar provas de que existe uma veia mais sensível e menos debochada dentro de ti.

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  3. Se fosse??!!

    No fundo tu sabes que és assim... ;)

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  4. Gostei do post pretensamente abichanado.

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  5. Margarida S15.6.10

    Estamos muito bem!...piano e tudo!!!
    Nesta altura em que só se fala e ouve(grrrr)vuvuzela!!!
    eheheheh

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  6. Anónimo15.6.10

    Importa-se de repetir?!?

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  7. é um bocadinho...Admite lá... :p

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  8. A mulher que há em si.

    Ok .. :)

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  9. Ainda bem que não é pipoco. Põe mais dois ou três posts assim e é ver toda a gente a arredar pé. Aliás, já te andas a estucar com intelectualidades... :p

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  10. E se isto fosse um comentário melodramático com umas referências, e tal, para tentar parecer profundo e culto, seria assim:
    Eles julgam que nós não notamos quando um homem, que nos ama, nos oferta o seu tempo e a sua sensibilidade. Assim, como algo que é deposto diante dos nossos pés. Como os sonhos do poema do Yeats.
    Julgam que poderiam "devenir l’ombre de ton ombre/ l’ombre de ta main/ l’ombre de ton chien" e que nós, aparentemente muito esfíngicas e «cool» não ficaríamos comovidas com tamanha dádiva.
    Como podem enganar-se tanto?
    Nós apercebemo-nos, apercebemo-nos quando o homem em questão nos interessa, nem que seja um bocadinho, e se parecemos indiferentes é apenas porque (vos) estamos a estudar - até onde vai a dispobibilidade? Por vezes abusamos claro e, também por vezes, acontece como na estória que Alfredo contava a Salvatore no "Cinema Paraíso", o homem cumpre abnegadamente as provas que lhe impomos e depois, saturação declarada pelo termo do ritual, retira-se sem ruído literal mas em enorme estridência metafórica.
    Mas esses são aqueles casos em que algo (nos) corre mal.
    Porque, neste caso, claro que ela notava, claro que ela olharia para ti discretamente e imaginaria a sequência das músicas, claro que ela ia aparentar algum tédio, mas depois, depois, desejaria que lhe murmurasses uma das vossas "private jokes", à qual responderia, sorrindo muito e só depois, ciente de que ambos conheciam muito bem a vossa coreografia, se enovelava nela própria - repara, podia ser erguendo a flute num brinde com um estranho, claro que podia, tu sabes - e suspendia, pelo tempo necessário, essa orquestração de momentos vossos.

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